3 em cada 4 profissionais querem mudar de emprego em 2023.
O ano já começou e os planos da maioria dos profissionais brasileiros é mudar de emprego. De acordo com uma pesquisa do site Empregos.com.br, 81,1% estão insatisfeitos com o trabalho atual e três em cada quatro pessoas revelaram que querem trocar de emprego neste ano.
A pesquisa foi realizada entre 25 e 30 de novembro de 2022 com 517 profissionais. Segundo o estudo, 70% das pessoas querem salários melhores, 22,4% procuram mais benefícios e 7,5% buscam trabalhar na modalidade home office.
Os profissionais destacaram a melhora da economia e do mercado de trabalho neste ano, 71% estão otimistas e 77,4% pretendem fazer um curso profissionalizante em busca de qualificação.
Recuo do desemprego
De acordo com a especialista em Gestão Comportamental e CEO da Gestor Performance, Alexsandra Leite após a pandemia de covid-19 as pessoas se tornaram mais conscientes e informadas sobre a questão da saúde mental, empresas que investem em melhores ambientes de trabalho e o recuo do desemprego.
?É muito mais fácil hoje trocar de emprego e as pessoas também se sentem mais seguras porque conseguem facilmente se tornar um Microempreendedor Individual (MEI) para empreender?, destaca Alexsandra.
Segundo o IBGE, no trimestre encerrado em outubro o desemprego registrou queda e chegou a 8,3%. Diante desse cenário positivo, a especialista ressalta que as pessoas não toleram mais um ambiente ruim porque se sentem seguras em outras formas de sustento, mesmo que por um período.
Saúde Mental
?Vivemos um tempo em que se fala mais sobre saúde psicológica, saúde mental, felicidade e bem-estar. Tanto é que estamos na Sociedade 5.0, que é a sociedade que fala do bem-estar e foca no ser humano, as pessoas estão mais informadas sobre isso?, diz Alexsandra.
Com a pandemia, os dados sobre saúde mental que já eram alarmantes, se agravaram ainda mais. Antes da crise sanitária, as doenças mentais já representavam 15% dos problemas de saúde no mundo, e a principal causa de afastamento no trabalho.
Em 2020, 576,6 mil pessoas foram afastadas do trabalho, aumento de 26% em relação a 2019. No auxílio-doença para depressão e ansiedade o número de concessões passou de 213,2 mil, em 2019, para 285,2 mil, em 2020, com aumento de 33,7%. A duração média, nos casos de doença mental, é de 196 dias, segundo o INSS.
Em 2021, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou com a pandemia e 79% das pessoas relataram ter sofrido estresse no trabalho, segundo dados da Saúde Mental no Trabalho do Guia da Alma. A depressão é a principal causa de pagamento de auxílio-doença não relacionado a acidentes de trabalho (30,67%), seguidos de outros transtornos ansiosos (17,9%).
Em 2022, o Burnout passou a ser considerado uma doença ocupacional na CID.
O Brasil é o segundo país no mundo com mais casos, um em cada três trabalhadores brasileiros sofrem com sintomas do Burnout, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Para Alexsandra, hoje a informação está mais focada em saúde mental e na prevenção de ambientes tóxicos. ?Hoje se dissemina mais a questão dos abusos no ambiente de trabalho nos diversos sentidos. Então as pessoas estão mais conscientes e informadas e estão em busca do bem-estar, de um ambiente saudável para trabalhar, então elas toleram menos ambientes ruins de trabalho?, aponta a especialista.
Alexsandra ressalta que, ainda há muitas empresas que não olham como está a questão psicológica e emocional do ambiente de trabalho. ?Não é só a questão de fornecer material para trabalhar, mas de olhar para o bem-estar total do trabalhador. Nesse ponto as empresas brasileiras ainda estão engatinhando e isso interfere muito na decisão das pessoas pedirem demissão do trabalho.?
Transição de Carreira
Antigamente as pessoas escolhiam uma faculdade, se formavam e seguiam no mesmo caminho, mesmo se descobrissem que não era realmente o que queriam, as pessoas permaneciam mesmo frustradas, ressalta Alexsandra. ?Hoje em dia não, as pessoas fazem a segunda ou a terceira faculdade, há uma facilidade de fazer uma nova formação e de construir essa carreira?.
Neste ponto, a especialista destaca a importância do coaching na transição de carreira. ?O coaching ajuda a descobrir que: não sou bom nisso; essa área não é pra mim; não gosto disso; eu não queria ter me formado nessa área, mas meus pais me obrigaram então agora vou fazer o que eu quero. Então as pessoas estão nessa busca de mais realização profissional. s?, explica Alexsandra.
Profissional insatisfeito
Segundo a especialista em Gestão Comportamental, dependendo do grau de insatisfação, o nível de criatividade ou a capacidade de resolver situações complexas podem ser bloqueados. ?Quando uma pessoa está insatisfeita com o trabalho, ela não vai performar, não está ali presente dando o melhor dela e muitas empresas não consideram se o colaborador está satisfeito ou não. Com isso a empresa só perde?, destaca.
A pessoa insatisfeita por muito tempo pode desencadear depressão, ansiedade ou burnout. Isso vai impactar nos índices de rotatividade, absenteísmo e produtividade da empresa e consequentemente na rentabilidade e lucratividade da empresa.
Como o RH pode atuar e reverter a situação?
Para Alexsandra, o ponto mais importante que interfere na satisfação do colaborador é a compatibilidade da pessoa para com o cargo. ?E não é questão de compatibilidade de formação e de experiência é a compatibilidade comportamental e de valores dessa pessoa?, ressalta.
Quando o colaborador tem certas habilidades, ele desenvolve um padrão de comportamento. Ao colocar em ação as habilidades junto a valores alinhados aos valores da empresa, o colaborador se engaja, entra em flow, se empolga e se mantém motivado, explica a especialista.
?O RH deve estar muito atento não só aos aspectos curriculares de uma pessoa como: formação, experiência e empresas que trabalhou. Isso é técnico e aspectos técnicos uma pessoa pode aprender. Mas os valores, os motivadores pessoais, o padrão de comportamento de uma pessoa já é mais difícil de desenvolver e muito mais demorado?, diz.
Para reverter a insatisfação dos profissionais é importante que o RH atue preventivamente na aplicação de análises comportamentais na hora da contratação, ou para uma eventual engenharia de cargos e equipes. ?Hoje temos inúmeras metodologias, testes, avaliações comportamentais para mensurar a compatibilidade comportamental, de valores e de motivadores de uma pessoa para com o cargo?, explica Alexsandra.
Segundo com a especialista em Gestão Comportamental, isso faz total diferença para que o colaborador se sinta realmente motivado e valorizado no trabalho. ?Quando o RH parar de só analisar currículo e entrevistas e de cumprir somente legislação e passar a ser um RH mais humanizado, aí ele vai interferir e trabalhar de forma positiva e estratégica junto com a empresa?, diz.
Busca por salários
As pessoas buscam inicialmente por salário, mas isso não é o que mantém elas dentro de uma empresa ou felizes e motivadas. Os benefícios podem contribuir muito com essa remuneração, porque ?uma coisa é o salário, outra os benefícios?, destaca Alexsandra. Na prática o que conta é a composição total da remuneração, às vezes a empresa dá um bom salário, mas não dá bons benefícios.
Atualmente, empresas que investem na gestão de talentos trazem benefícios diferentes, e às vezes até personalizados com cada pessoa, com o que realmente as motiva, ressalta a especialista em Gestão Comportamental.
Fazer a diferença
Segundo Alexsandra, alguns benefícios podem fazer total diferença como a flexibilidade de trabalhar home office, ou flexibilidade de horário, sem ser aquela coisa rígida. ?Dependendo do padrão de comportamento da pessoa e dos motivadores isso conta mais do que o salário?, explica.
Investir em outras formas de benefícios também é importante como plano de saúde, seguro de vida para a família, previdência privada, dia de folga no aniversário. O ideal é a empresa conhecer seus colaboradores e entender o que realmente importa para eles.
Outra benefício é investir em treinamento em desenvolvimento contínuo de pessoas para que o ambiente seja sempre positivo, é um benefício enorme.
Segundo Alexsandra, a maioria das pessoas que são entrevistadas pela Gestor Performance e querem se desligar da empresa são por problemas com a liderança, ambiente de trabalho tóxico, falta de valorização e oportunidades de crescimento.
As empresas podem investir mais para manter essas pessoas.
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